quarta-feira, 19 de março de 2008

Criando raízes

Confesso que quando a atendente me disse que o médico iria se atrasar cerca de uma hora para a consulta eu fiquei chateado.Porém, lembrei-me de que ali perto tinha uma livraria, onde eu poderia transformar aquela espera em algo mais agradável. E lá, casualmente, encontrei “Criando raízes” e ainda recebi novamente a lição de que tudo que nos acontece pode ser acolhido como uma oportunidade de aprendizagem e crescimento pessoal.

O livro (Editora Sextante,140 páginas) é de autoria de Philip Gulley, escritor, palestrante e pastor da Sociedade dos Amigos, em Indianópolis (EUA). Conhecido por suas histórias cativantes e inspiradoras, Gulley é também autor de “Tudo tem seu tempo”, escrito no mesmo estilo e baseado também nas suas experiências de infâncias vivenciadas no pequeno condado de Marion, em Indiana.

A primeira parte de “Criando raízes” conta histórias de pessoas interessantes que fizeram parte da infância de Philip Gulley, como o vizinho Dr. Gibbs, a cliente (de entrega de jornais) Sra. Stanley e o recolhedor de lixo Dr. Foster ou, simplesmente, Doc. Na segunda parte, Gulley narra episódios protagonizados por sua família, incluindo sua esposa Joan e os filhos Spencer e Sam.

Se você sente que está precisando refletir um pouco mais sobre sua vida e avaliar se está dando o devido valor àquelas coisas pequenas, mas essenciais, e tratando aqueles que lhe rodeiam com o respeito e o carinho que merecem, “Criando raízes”, de Philip Gulley, poderá ser um prazeroso e profundo guia nessa busca pessoal.

segunda-feira, 10 de março de 2008

A grande omissão

“O maior desafio que a Igreja enfrenta hoje é a formação de discípulos autênticos de Cristo”. O autor dessa frase e também do livro, Dallas Willard, é alguém pessoalmente envolvido com essa questão central para a fé cristã. Dallas Willard é professor da Escola de Filosofia da Universidade do Sul da Califórnia, autor de publicações referenciadas no tema da espiritualidade (A Conspiração Divina, Ouvindo Deus, Renovação do Coração, etc.) e de obras filosóficas nas áreas de epistemologia e filosofia da mente e da lógica.

O livro (Editora Mundo Cristão, 214 páginas) é uma coletânea de artigos publicados em revistas e jornais do meio cristão norte-americano, tendo como eixo principal a temática do discipulado. Segundo Willard, o termo discípulo aparecer mais de 250 vezes no Novo Testamento, enquanto “cristão” ocorre apenas três vezes. O Novo Testamento, portanto, é um livro escrito por discípulos, que fala sobre discípulos e para discípulos de Jesus Cristo.

Dallas Willard é enfático quando afirma que, ao longo da história, a Igreja permitiu duas omissões à Grande Comissão proferida por Jesus (Mt 28.20): “omitimos a tarefa de fazer discípulos e levar as pessoas a serem aprendizes de Cristo e omitimos, por necessidade, o passo de acompanhar nossos convertidos num treinamento que os levará, cada vez mais, a fazer o que Jesus ordenou.”

Abaixo, alguns pensamentos recorrentes ao longo do vinte capítulos do livro, dividido em quatro partes: Aprendizes de Jesus, A Formação Espiritual e o Desenvolvimento do Caráter, O Discipulado da Alma e da Mente e Livros sobre a Vida Espiritual - Visões e Práticas:

- O preço da falta de discipulado é a ausência de paz duradoura, de uma vida inteiramente imbuída de amor, da fé que considera tudo à luz do controle absoluto de Deus visando ao bem e do poder de fazer o que é certo e resistir às forças do mal;
- Salvação sem obediência produz “cristão vampiro”, caracterizado como aquele que gostaria de receber um pouco de sangue de Jesus, mas não quer ser seu aprendiz nem ter seu caráter;
- Em nossa cultura em geral e também entre os cristãos, Jesus Cristo é automaticamente desassociado do brilhantismo ou da capacidade intelectual;
- Como discípulos (literalmente alunos) de Jesus o objetivo dos cristãos é aprender ser iguais a Ele, através de um processo que envolve (i) a aceitação constante dos problemas diários, (ii) interação com o Espírito de Deus em cada um e (iii) a prática das disciplinas espirituais;
- O esforço devidamente direcionado, determinado e contínuo é a chave para as chaves do reino e para o poder e o descanso no ministério e na vida que essas chaves abrem para os cristãos;
- As disciplinas espirituais são atividades que estão ao alcance do cristão e que os permitem fazer aquilo que não são capazes de fazer por um esforço direto;
- A formação espiritual se refere ao processo de moldar o espírito humano e lhe dar um caráter definido, em conformidade com o Espírito de Cristo;
- Graça é o oposto de mérito e não de esforço; na verdade, nada inspira e intensifica mais o esforço que a experiência da graça; mas não é possível tornar-se semelhante a Cristo sem ações enérgicas e deliberadas da parte do cristão;
- A visão de Deus guarda a humildade; ver Deus como ele é de fato permite que vejamos a nós mesmos como somos realmente;
- O espírito humano é, em essência, o que se chama hoje de “vontade”, a capacidade de fazer escolhas e tomar decisões, e aquilo que na Bíblia e na tradição é chamado de “coração”;
- A atitude prioritária e mais fundamental que podemos tomar é manter Deus diante de nossa mente;
- O indivíduo pode desejar e, com freqüência, deseja ser bom e fazer o que é certo, mas está preparado, está programado para fazer o mal; é o que ele está pronto para fazer sem pensar;
- A tradição e o pensamento evangélico tornam acessível para a humanidade um Salvador verdadeiro que pode estar presente no mundo de hoje para dar vida plena e abundante;
- A motivação vem da visão, e a visão deve vir da pregação do evangelho do reino como um convite absolutamente abrangente para viver sob o governo de Deus;
- Observar com atenção a maneira de Jesus usar o raciocínio lógico pode fortalecer a confiança do cristão nEle como mestre dos centros do intelecto e da criatividade, incentivando a aceitá-lo como mestre de todas as áreas das quais o cristão participa na vida intelectual.

quinta-feira, 6 de março de 2008

As leis do pensamento

O livro é de autoria do Bispo E. Bernard Jordan, tido como um grande profeta moderno. Entre outras antevisões, em 1989 ele previu a chegada do furacão Katrina, que teve efeito devastador sobre a população de New Orleans e nas praias da Flórida em 2005. Bispo Jordan, muito procurado por governos para prestar consultorias, é também fundador do Ministério Zoe (vida, em grego), em Nova York (EUA).

O cerne da mensagem passada pelo Bispo Jordan nesse livro é que os nossos pensamentos são responsáveis por aquilo que realizamos. São eles, na opinião do Bispo, que dirigem as ações, determinam as oportunidades que surgem na vida e afetam as tentativas de se concretizar algo. Portanto, se você deseja mudar sua vida, deve alterar seus pensamentos.

Como uma síntese do livro (Larousse, 160 páginas), transcrevo alguns pensamentos presentes ao longo dos seus catorze capítulos, entitulados LEIS:

- Vivemos em um universo de EVOLUÇÃO; você sempre está se transformando, em evolução;
- O ESPÍRITO é o elemento invisível que alicerça todas as coisas neste plano físico;
- A chave para manifestar as boas coisas nas nossas vidas é concentrar a ATENÇÃO de maneira poderosa e persistente naquilo que se deseja;
- O objetivo sem PAIXÃO torna-se pouco mais que completar os passos de uma lista de coisas a fazer;
- Quando você assume um COMPROMISSO, Deus começa imediatamente a agir em seu interesse;
- Suas PALAVRAS e pensamentos podem provocar a vida ou a morte;
- A manifestação física (aquilo que acontece na prática) é meramente o efeito posterior tardio que já teve lugar no mundo invisível da MENTE;
- Enquanto você buscar o que deseja fora de si mesmo, sua JORNADA não vai se completar;
- Deus nunca eleva a voz; para ouvi-Lo, em UNIDADE com Ele, você precisa aquietar a mente e ficar em paz;
- Não cometa o erro de deixar Deus fora de cena; Deus precisa estar por trás de tudo que você faz, ou você navegará rumo aos recifes; sem a visão e objetivo divino, não há DIREÇÃO;
- Deus favorece a HUMILDADE, não o orgulho infundado;
- A manifestação real é reflexo de sua FÉ; a fé é necessária para agradar a Deus, e sem agradar a Deus nada do que você desejar é possível;
- Se você não tiver um PLANO para criar as suas metas, você falhará;
- Um dos fundamentos do SISTEMA divino é que Deus espera você aja quando não há meios visíveis de sustentação.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Um amor que vale a pena

De autoria de Max Lucado, “Aprenda a compartilhar um amor que vale a pena” (CPAD, 214 páginas) é mais uma excelente obra devocional cristã do pastor da igreja Oak Hills Church of Christ, em San Antonio Texas (EUA), e escritor consagrado com mais de 50 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo.

A obra analisa a causa das dificuldades que o ser humano encontra em oferecer amor, aceitação, perdão, paciência e bondade para as pessoas. Para Lucado, a razão desse esforço, muitas vezes frustrante, é a falta de um primeiro passo essencial: sentir-se amado, de forma pessoal, poderosa e apaixonada por Deus. Esse é o tema do primeiro capítulo.

Os demais quinze capítulos do livro abordam as características do amor ágape, de acordo com a bela e profunda descrição feita pelo apóstolo Paulo (1 Co 13.4-7). Lucado nos lembra que somente Cristo é capaz oferecer o amor perfeito que

“... é paciente, é benigno; não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

Bem no estilo de Lucado, o livro traz inúmeras histórias pessoais inspiradoras, enriquecidas com passagens bíblicas. Ao final, ainda apresenta um Guia de Estudos, elaborado por Steve Halidday.