sábado, 22 de agosto de 2009

Confiança cega

Lançado no Brasil em 2005, O evangelho maltrapilho foi um divisor de águas na vida de milhares de cristãos. Sem pedir licença, Brennan Manning pôs de joelhos nossa surrada tradição legalista, trazendo frescores de dignidade para quem se considerava desprezado por Deus e era negligenciado pela igreja institucional.

Em "Confiança Cega" (Mundo Cristão, 189 páginas), Brennan recupera a contundente mensagem de sua obra-prima para revelar quanto Deus se agrada quando depositamos nele nossa confiança, através da fé na pessoa de Jesus e esperança nas suas promessas, desistindo do perfeccionismo neurótico que projeta padrões inalcançáveis de santidade.

Manning reconhece que confiar beira o heroísmo, pois nada mais difícil do que lidar com nossa impotência diante de certas decepções e certos desafios da vida. Confiar é a solução para o coração maltrapilho. Nas palavras do autor, “a confiança é nossa dádiva que devolvemos a Deus, e ele a considera tão maravilhosa que Jesus morreu por amor a ela”.

"Confiança Cega" é uma combinação que pode nos surpreender à primeira vista. A qualificação “cega” pode referenciar o “absoluto”, o “irrestrito”, o “sem medida”. Mas é bem nesse ponto que vemos pela primeira vez a competente abordagem que Manning faz do assunto, pois, ao nos conclamar a uma “confiança cega”, ele está realmente se opondo à “autopiedade” que contamina a cultura moderna.

Ele nos chama a uma confiança que se recusa terminantemente a fazer da autopiedade o maior bem da vida. Este livro é de fato um ataque frontal a todos os pecados egocêntricos de nossos dias: auto-indulgência, vontade própria, serviço em causa própria, louvor dirigido a si mesmo, autogratificação, justiça própria, auto-suficiência e outros do mesmo gênero.

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